Para amar é preciso um
pouquinho de paciência e ir além.
Enxergar a forma da
sombra fresca, do calor.
Enxergar o sólido e o
orgânico
Enxergar o som da cor,
Corar.
E para amar são
necessárias sutilezas
Esconder-se num álibi
Inconstante, fugaz.
Camuflar-se,
liquefazer-se.
E encontrar
As frestas que fogem e
escapam do tempo
As aldeias de poetas, as
palavras subvertidas.
E nunca esquecer
Que já superestimamos a
primeira paixão, subestimamos a última
E sempre esquecer
O tempo longo, a noite
em claro,
A espera.
Lembrar
Algumas alegrias nas
noites calmas
Ou o despertar da manhã mantendo o amor,
Crepuscular que cultiva
o breu,
O silêncio da noite.
Adentra.
Para amar, já que de amar
se trata, poderia ser bom
Sonhar, com a essência do
impossível.
Confiar, com o caráter do
inexorável.
Com a força do
inadiável, do irrevogável.
17 de fevereiro de 2005,
quinta-feira, 20:06:35