De
natureza tímida e poucos amigos, estranhei o convite para a festa de
aniversário do meu vizinho de andar, com o qual, eventualmente, encontro no
elevador e que não deixa dúvida: é tão tímido quanto eu. O rapaz sequer permite
que uma eventual beleza seja revelada, pois vive de cabeça baixa e, mesmo
quando nos encontramos descarregando compras, por exemplo, e ele, vencendo a
timidez me oferece ajuda (que eu, vencida pela minha timidez, recuso), nem
assim, consigo ver direito seu rosto. Cheguei a suspeitar que seu queixo fosse
colado – por um defeito congênito - ao esterno.
Nos últimos
dezoito meses temos nos encontrado, ocasionalmente, já
que habitamos o mesmo
decadente edifício. Ele se mudou desde esse tempo, eu moro aqui desde que nasci. Aliás,
mamãe também. E vovó, desde sua
desastrada juventude. Moramos as três no
amplo quarto
e sala que
já viveu, conforme
diz vovó, melhores tempos.
Somos três gerações
de enjeitadas que sobrevivem por puro instinto e teimosia.
Vovó,
em 1929 foi abandonada, grávida, pelo noivo que, ao que parece, não ficou
satisfeito nem com o produto nem com o dote (meu bisavô estava arruinado – vide
o ano, ele era fazendeiro de café.)
Vovó
Celina – este é seu
nome – cuja
desobediência a todos
os valores da época
salientava-se a cada dia -, não
podia continuar mais
naquela casa, naquela cidade, dando o mau
exemplo para
a leva de jovenzinhas casadoiras que se afilavam. Bauru,
menos ainda,
poderia tolerar tal insubordinação e não tardaria que
essa jovem - que
já não
era única
– fosse alvo dos mais
ofensivos falatórios.
Acresce-se a isso o fato de meu bisavô, que por
conta óbvias restrições orçamentárias,
andar com a burra
fechada para a igreja. O Padre,
impaciente e insatisfeito, estava prestes a proibir todas as
filhas de Maria da família Borges
Siqueira de freqüentarem a igreja. Sim, argumentou o Padre,
se proibisse apenas Celina, seria ainda pior.
O
motivo ninguém sabia, mas o fato é que meu bisavô mantinha um apartamento
quarto e sala em São Paulo,
devidamente mobiliado e equipado para ser prontamente ocupado. Móveis sólidos,
cama de casal com colchão de mola, uma penteadeira cuja superfície era coberta
de perfumes fortes e doces e na sala, para conforto geral, um sofá também de
molas, um moderníssimo rádio e uma linda mesa de amendoim que servia para
refeições e seu belo tampo marchetado, para um silencioso, longo e desafiante
jogo de xadrez. Coisa de gente rica, coisas, como diz vovó, custosas. Nas
paredes, reproduções de lânguidas criaturas em bordéis parisienses, em tons de rouge, algumas assinadas por Tolouse
Lautrec.
Era
uma extravagância e tanto para quem se deslocava a São Paulo apenas duas ou
três vezes ao ano. Sua calada esposa, minha bisavó Escolástica, que me conste,
ignorava a existência de tal luxo e sequer pusera os pés ali, em toda a sua
existência. Ademais odiava São Paulo.
Mas
lá estava, disponível e Celina deveria mudar-se imediatamente, ter o nenê, etc.
Nesse etc, consta, era para dar o filho para alguém criar, voltar a viver em
Bauru, essas coisas, coisas essas que não aconteceram.
Vovó
aqui chegou, vinda de trem, com duas malas de couro poídas, algum dinheiro, sua
barriga que prosperava dia a dia e uma tia solteirona com seus “avançados”
trinta anos. Os propósitos da vinda da tia Arminda eram fazer companhia a
jovem, cuidar que ela não fizesse nenhuma bobagem (posto que só chorava) e
espalhar pela vizinhança a história de
que aquela jovem grávida, perdera o marido numa grave doença e longa agonia.
Tia Arminda fora a escolhida não apenas por sua solteirice lhe dar tempo de
sobra. Era talhada para rechear a mentira de detalhes e exageros que lhe desse
a devida verossimilhança. E tia Arminda saiu-se bem na empreitada, pois gostava
muito desse negócio de espalhar notícias (se fossem falsas, melhor ainda).
Vovó
enviuvou sem casar e enlutou então, a precoce e inadequada gravidez. Penso que
esse luto foi sua verdadeira catarse e matou, vestida de negro, seu amor. Um
antigo retrato do jovem (e belo) namorado foi estrategicamente colocado sobre o
itajer, para identificar o homem da farsa da tia Arminda. E lá ficou como um
fantasma para recordar a cada manhã e instante e a cada uma de nós que os
homens não são confiáveis.
Ao
lado do porta-retrato, uma vela de azeite, permanentemente acesa, para o
defunto. Lá está meu avô, com olhos
distantes e tristes, num terno que parece apertado e mal passado. Tinha lábios
finos e um meio sorriso deu vida ao retrato tirado por um lambe-lambe de
Aparecida do Norte. Vovó, vez ou outra, observa o retrato e comenta com amargura:
morreu pobre, o infeliz. Vovô, esse do retrato, cujo nome nessa casa ninguém
menciona, mas sei de fonte segura que é nada mais nada menos que um prosaico e
detestável Benedito, morreu aos quarenta anos, vítima de uma malária que
contraiu num garimpo, numa de suas malogradas tentativas de enriquecer.
Notícias, vindas de sei onde, trazidas por nem sei quem, nem mesmo se é
verdade, sabemos. Pode ser que o homem esteja vivo, por ai ainda, viril (ainda
não teria feito oitenta anos), quem sabe fazendo novos bastardos.
Bem,
minha mãe nasceu num sábado de mau tempo e vovó, sempre excêntrica, talvez
quisesse chamá-la Chuva, Nuvem, Trovão. Mas batizou-a Sol. E ainda dizia para
os poucos familiares que ousaram visitá-la em segredo: É linda, uma deusa
asteca. Sol.
Parece
que meu avô era mexicano, filho ou neto de, enfim, um espécime e tanto, que foi
atraído por vovó que também não era de se jogar fora. Engordou com os anos. Já
Sol, a deusa, sua filha, revelou-se uma mortal comum, dizendo francamente,
comum demais.
Antes
de mamãe completar um ano meu bisavô morreu, sem conhecer a neta nem perdoar a
filha. Era vida real e não novela, assim foi. A situação financeira da família
piorou com morte do progenitor, mas para minha avó Celina até que foi bom, pois
julgaram por bem lhe deixar como herança o apartamento em que já vivia.
Já
eu, cheguei a este mundo trinta e nove anos depois, em vinte de agosto de 1968.
Apesar de um mês antes, recebi o nome de Primavera. Mamãe, não sei dizer por
que, vivia com o olhar no mundo do
hemisfério norte e como nasci no dia em que a Primavera de Praga sucumbiu, ela
quis alongá-la, em mim. Vinte e um de agosto de 1968... Cheguei a este mundo
juntamente com os tanques soviéticos em Praga. Mamãe quis incluir Praga em meu nome, mas
vovó disse que isso não, absolutamente, loucura tem limites, que, em bom
português Praga quer dizer coisa ruim. Leu, solenemente o verbete, na
enfermaria da Maternidade São Paulo: “praga,
do latim plaga, imprecação de males contra alguém, calamidade, flagelo, grande abundância de
coisas desagradáveis, inoportunas, nocivas”.
E
completou, com seu vozerio de espantar valentão: Exceto se deseja homenagear
aquela praga de homem que lhe deixou essa filha...
Primavera
Ramos eis como ficou meu nome, contemplando apenas o sobrenome da ascendência
feminina já que uma certa antipatia aos
homens germinou em solo fértil, naquela micro-família, ao longo dos anos. Vovó
nunca mais teve um mísero namorado e aquele apartamento era freqüentado apenas
por mulheres que lá iam para experimentar seus vestidos (vovó sobreviveu
costurando para fora, como se dizia). Exceção ao zelador que às vezes ia ver
encanamento, trocar borrachinhas de torneiras, consertar o aquecedor, essas
coisas, nenhum ser do sexo masculino avançava por nossos domínios. Aquelas
paredes só testemunharam vidas femininas e vovó desencorajou mamãe a se
relacionar com rapazes e mamãe, dos homens, só sentia pavor.
Exceção
feita ao jovem que vivia à porta do bar da esquina da av. Ipiranga com a av.
São João. Ao andar pela avenida, na volta das compras ou raro passeio ao cinema
e à igreja, mamãe também colava o queixo no osso esterno e não podia, ainda que
São Paulo dispusesse delas, ver estrelas.
Mas
a natureza tem poder e a natureza de mamãe gritava, urrava, por satisfazer suas
necessidades e ela cedeu ao calor que somente aquele olhar lhe causava, todas
as tardes, na volta da padaria. Mamãe aos trinta e oito anos ainda não se
dedicara de corpo e alma aos prazeres da boa mesa, deste modo, mantinha,
digamos assim, um atraente invólucro para sua alma pura e simples.
Já
ele era metido a besta, a valentão e até mesmo a bonitão (afirma mamãe que ele
era lindo, mas as fotos desmentem esta visão onírica que ela jamais abdicou).
Ele tocava guitarra elétrica, tinha os cabelos longos, os lábios grossos, usava
calças de brim dobradas na bainha e camisa de mangas curtas, apertadas em
bíceps medianamente desenvolvidos.
Cantava.
Tinha a voz igualzinha a de Elvis Presley e mamãe passou a suspirar por aquele
rosto quase selvagem e passou a passar diariamente naquela esquina, pontualmente
às vinte horas, exatamente no horário em que aquele rapaz tragava seu sagrado
conhaque antes de integrar-se nos bares da noite de então, entoando suas
canções melosas em troca de alguns dinheiros.
Revelo
o nome: Eurico Cardoso, nome antigo, do avô, que ele trocou pelo nome artístico
de Wanderley Cardoso (homenagem ao irmão que nasceu ao morrer). Foi um
desconsolo quando teve que trocar de nome, pois tinha um outro cantor fazendo
muito sucesso ai, com esse nome. Resignou-se e impôs ainda mais pompa: Wesley
Costa, esse sim, muito mais bonito, e sonoro, e promissor.
Mas
tantos nomes serviram apenas para facilitar suas fugas, para ajudá-lo a sumir
na poeira, pois mamãe nem sabia por quem procurar e em cada lugar que ela
indagava, surgiam vários homens, nenhum paradeiro, mais dúvidas que certezas.
Ela queria somente que ele me conhecesse, que se ele me visse, que, linda como
eu era, ia querer ser pai, casar, morar junto, amar sem medida, então saía
comigo nos braços, na madrugada, bar em bar, todos a olhavam com desdém até que
uma puta, dessas bem putas mesmo, cara de puta, roupa de puta, sapato de puta,
etc, a chamou num canto e disse:
-
Beibe, gueralti, que esse homem que você está procurando não cria raiz e nem
põe água em fervura. Já
era, ele se foi e disse que nunca mais vai voltar.
Nunca
soube, por que mamãe nunca falou sobre isso, se aquela tristeza profunda que
ela carrega no olhar é saudade daquele amor, daquele homem que a seduziu,
virgem aos 38 anos, nunca amada, nunca tocada, sem destino, e que se deixou
conduzir por aquela escada circular, que ia subindo, subindo, achando a chave
no bolso, errando a fechadura, bebendo do gargalo o conhaque português – que aquela
noite tinha que ser conhaque bom, de preferência português – a porta fechando, o
frio da janela aberta, a cidade silenciosa e o pequeno apartamento, feio, tacos
soltos, roupas jogadas, louças sujas, e sua ventura, sua maior ventura. Havia
um som distante, naquela noite, a primeira de uma série de quatro ou cinco, que
mamãe não gosta de ouvir até hoje: sirene de bombeiro que, soube depois, na
manhã seguinte, outro lugar também ficara em chamas, ali perto. A sirene tocou,
tocou, tocou, tocou.
Depois
dessas noites incandescentes, conforme me antecipei e revelei, ele passou a ignorá-la.
Em seguida, sumiu. Aí, ela ia lá, batia na porta, a vizinha abria a porta do
lado, dizia que ele não estava, tinha viajado. Seis meses depois da turnê ela
conseguiu finalmente ficar frente a frente com aqueles mesmos olhos, aqueles mesmos
cabelos cheirando brilhantina, a porta semi-aberta e uma voz feminina lá no
fundo que o chamava, insistentemente. Sua barriga denunciava a avançada
gravidez e ele disse apenas:
E
eu com isso?
Foi
mesmo uma frase assim, meio assim, talvez um pouquinho diferente, mas não muito
e a essência, o sentido, era esse mesmo. Esse homem, minha neta, contou-me um
dia vovó Celina, quanto mais sua mãe insistia para conversar, mais ele ficava
nervoso, e esse homem, de repente, deu-lhe um tapa e disse: suma daqui. Fora.
Gueralti. Ela veio, pela av. Ipiranga, aos tropeços, carregando uma dor tão
profunda que me revelou certa hora: Mãe, não vou aguentar.
Mas
aguentou como ordinariamente ocorre nas tragédias ainda mais trágicas, e nunca
mais viu seu amor, o guitarrista que cantava...
Você
tem os olhos deles, minha neta, disse minha avó. E continuou: Mas o que fazer?
Ele queria o Sol, mas sua mãe, chamada Sol, é nuvem, é chuva, é trovão.
Como
eu fui criada por essas duas mulheres, dou-me por contente em ser apenas
tímida.
E
agora ao fato: a festa é à fantasia!
Qualquer festa me
apavora... À fantasia então, não podia sequer pensar... Mas ali está o convite,
tentador, pois também as festas são tentadoras. Ali está o convite, sobre a
mesa de jantar, entre a cesta de ovos, o saquinho de pão fresquinho, sobre a
toalhinha de crochê, que encobre o marchetado xadrez. Ali está o convite
sobrescrito com letra elegante meu nome: Primavera Ramos.
Vó,
eu disse, ele não falou nada, só deixou o convite?
Parece
que sim, ela não se lembrava bem, que minha avó não consegue lembrar de nada,
só de sua infância, mas era isso, o rapaz tocou a campainha, ela mal viu o seu
rosto, ele entregou a ela o convite, mudo, não disse nada. Isso mesmo, nada.
Abri
o envelope: local e data, sábado, no seu apartamento mesmo, eu não precisava
nem sair à rua, tomar um táxi, nada, ia ter uma festa à fantasia, na porta ao
lado. Depois de muito relutar, acolhi os conselhos e resolvi enfrentar a festa.
Costurar a fantasia ia ser moleza com duas profissionais em casa. As opções eram
muitas, mas eu, num rasgo de atrevimento, desejei uma fantasia de odalisca. Odalisca!
De onde será que tirei esta ideia tão estúpida? Mas depois da aprovação das
minhas gestoras, fiquei pendurada naquele detestável pêndulo: se elas aprovaram...
Melhor não. Mas se resistir... Melhor sim.
Embarcamos
numa fantasia adicional que era projetar, escolher e confeccionar minha roupa. Os
dilemas se sucediam já que minha vó era ousada e minha mãe, prudente – que sua
única imprudência deixou marcas profundas. Deste modo por pouco minha fantasia não
resulta numa indumentária esquisita uma odalisca arrependida, pudica, prestes a
optar por uma burca.
Chegou a grande noite. Passei
horas me arrumando e não me lembro de ter enfrentado, antes, situação tão
adversa: assim que fiquei pronta – e linda segundo as opiniões tendenciosas – parecia
impossível vencer minha timidez e atravessar aquele pequeno hall e ir àquela
festa. Vovó repetia a todo instante que eu estava linda, o que há, até parece
que nunca foi a uma festa!
Vó!
Pois nunca fui mesmo!
Ela
me olhou com seu olhar indecifrável e disse: Nossa... É mesmo. Abaixe essa
saia, deixe aparecer esta barriga e vá!
Eu não me movia e vovó
bradou:
Sol, faça alguma coisa
pela Primavera!
Sol,
ou seja, minha mãe fumava pensativa, esticada no sofá. Olhava para as unhas,
para mim e seu olhar opaco, mas sempre enigmático, pousou sobre os meus. Para
mim, pura censura, fica que horror, aonde você pensa que vai com esta roupa
horrível, etc. Mamãe era capaz de achar feia a roupa que acabara de achar
linda.
Fez-se apenas silêncio. E
vovó repetiu, enfática, patética:
Sol, faça alguma coisa
pela Primavera! Você precisa agira agora!
Sol
não se movia. Vovó explicou tudo, que eu estava com medo de atravessar aquele
corredor, ir à festa, que eu, veja bem, eu, não sabia que estava linda, que ia
ser uma festa inesquecível. Vovó Celina, a sonhadora. Mamãe olhou-me novamente
e falou, em tom molenga:
Larga
a mão de ser enrolada, cheia de drama, Primavera. Vai logo que eu quero mesmo é
ir pra cama. Mas suba um pouco essa saia e vá. Esconde um pouco essa barriga. Que horas são?
Quase
dez, meu Deus, chegou mesmo a hora da festa, mais um pouco e me atrasaria e
isso também não se faz com um rapaz tão tímido, tímido como eu!
Não sei exatamente de
onde veio a decisão. Mas achei que sim, tudo pronto, eu ia! E, corajosamente
acertei o bustiê, abaixei mais um pouco a saia de sete véus, mordi os lábios e
espalhei batom nas faces, vovó espirrou mais um pouco de Dune, perfume doce,
quente e segurei a maçaneta da porta. Abri, sai ao hall vazio e escuro. Acendi a
luz, olhei em torno: apenas as quatro portas escuras, testemunhas de minha vida
árida, insípida. Virei-me, mas vovó não esperou. Fechou a porta atrás de mim. Vamos,
vamos! E atravessei o hall, como uma peregrina, que a cada passo redimia dores
e pecados.
Toquei
a campainha e a porta abriu-se. Atendeu-me Drácula. Olhei-o, parecia um jovem
bem apessoado, não fosse a dentadura de plástico, umas manchas vermelhas ao
redor da boca, uma sombra escura embaixo dos olhos. Drácula? Mas precisava ser
Drácula? Quis rir, mas sou de natural modéstia, não ia arrojar-me na merecida
gargalhada para meu anfitrião. Restou o gesto tímido, nervoso. Restou, com seus
dentes afiados, um sorriso sem jeito e um constrangimento maior que o meu.
Disse, finalmente, como se uma batata quente estivesse entredentes:
Oi, entre...
Você é a primeira a chegar...
Sem graça,
por motivos vários, sem saber o que fazer, respondi:
Ah... Então
acho melhor eu ir... Volto depois...
E o pobre
moço, que assim como eu não sabia agir, respondeu:
Ah... Então
tá...
Virei as
costas e voltei para casa. Não, não voltei à festa, que tampouco aconteceu,
pois fui a primeira e a única a chegar.